sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O tempo



Virar a pagina para mim sempre foi uma coisa muito complexa! Nunca tive aptidão para o Carpe Diem, para esquecer o passado e viver apenas o presente. Muito pelo contrário, carrego fragmentos de tudo que já vivi comigo e não permito me esquecer de nenhum. Às vezes esse peso me estagna, me cansa, por muitas vezes deixo os resquícios de outrora dominar minha vida presente.
Fico imaginando realidades alternativas, possibilidades de vida que nunca aconteceram, sempre remoendo o passado na busca de respostas para o sentido que a vida tomou! Encontro e desencontro essas respostas diariamente. As modifico, as transformo na esperança de um dia me ver satisfeito com o resultado encontrado na minha vida.
Satisfação? Parece piada dizer isso, não sei o que realmente significa essa palavra, só sei que não posso parar, não posso esperar! Mesmo que eu carregue as ilusões e fantasmas do passado continuo prosseguindo, tentando distinguir o que é real do que é fruto da minha imaginação, das ilusões e dos desejos do meu subconsciente. Continuo a caminhar, a passos curtos, mas não paro! O cavalo mesmo carregando grandes pesos não para, prossegue de cabeça erguida seu caminho, sem reclamar, sem oscilar, sempre na busca de seu destino, do seu ponto de chegada, onde poderá se livrar dos pesos e das amarras e puder viver a liberdade terrena a qual é sua essência.
Apenas sou assim... preso entre o passado e o futuro, tentando viver o presente!
Esse trecho do Caio Fernando Abreu fala um pouco sobre isso:

“Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou ´quase´ certo que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu ´quase´ tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe! “

Mas o que o Caio Fernando Abreu não sabe é que no final as coisas sempre dão erradas quando tem que dar. A vida vivida na ilusão das possibilidades pode parecer bonita, mas no final toda essa louca covardia só nos leva a um caminho... a solidão.
Aprender a fazer escolhas e não-escolhas e um grande desafio na vida, mas com o tempo a gente aprende, amadurece, cresci. Se realmente quisermos. É como a Dory diz: “Se a vida decepciona, continue a nadar, para achar a solução, continue a nadar”

Essa cena do Rei Leão é a minha predileta e está relacionada a tudo isso que eu disse anteriormente!

http://www.youtube.com/watch?v=Dw4cGUFb_GA&feature=related

Espero que gostem e que entendam o que eu tentei expressar em palavras!